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31 de mar. de 2011

Alunas das oitavas séries reescrevem o capítulo O Penteado, da obra Dom Casmurro



O Penteado



Fui até a casa de Capitu para lhe mostrar um novo aplicativo de iPhone. Ao
chegar lá, ela estava na sala vendo “Insensato Coração”. Chamei seu nome,
mas ela não me ouviu. Repeti, e nada. Resolvi sentar no sofá junto dela. Tentei
chamar sua atenção: 
— Oi, Capitu. — Outra vez, não mexeu um nervo sequer. Dei-lhe um beliscão. 
— Ai! — Reclamou ela, pondo a mão no lugar do beliscão. — Ficou maluco,
Bentinho? 
— Como sabia que eu estava aqui? Eu tentei chamar sua atenção e você não
reagiu. 
— Bem... Me desculpe. Sério, é que hoje tem beijo em “Insensato Coração”. —
Respondeu ela, toda graciosa e meiga. — E, respondendo a sua pergunta, eu
tenho uma incrível habilidade de reconhecer alguém pelos passos. 
Dei uma pequena risada. O beijo já estava perto de acontecer e, para aproveitar
o tempo em que não estava acontecendo, resolvi finalmente mostrar o
aplicativo de iPhone. 
— Capitu, eu... — Antes que eu pudesse falar, ela me interrompeu. 
— Olha, é agora! — Avisou ela, toda animada. Às vezes, chego a pensar que
ela é meio maluquinha, pois está sempre assistindo romance. Ela já chegou a
assistir a quase todos os filmes românticos existentes, mas não é por isso que
vou deixar de amá-la, e pode acreditar que isso nunca irá acontecer. 
O Beijo finalmente aconteceu, e, no instante em que acontecia, agarrei Capitu
de leve, e ela acabou notando, mas continuou olhando fixamente para a tela.
De repente, ainda agarrando-a, ela olhou para mim e, para aproveitar este
momento, nos aproximamos perto o suficiente para nos beijarmos lentamente.
Ainda segurando ela pela cintura, dei um beijo apaixonante nela, e, pelo visto,
ela gostou. Acariciei seus cabelos de leve, e demorou um tempo até pararmos
de nos beijar. Quando terminamos, olhamos apaixonadamente um para o
outro, sem dizer mais nada.
                                   Texto de Vitória Bolzoni – 8a B



Capitu virou de costas para a parede, olhando diretamente para mim. Pegou em minha mão. Era uns dois ou três centímetros mais baixa que eu, uma medida quase insignificante.
Me convidou para dançar.
–Então, quer dançar?
- O certo não seria eu estar convidando você? Porque tipo...Geralmente guri convida guria,  então...
-Sim, esse seria o certo, mas já que não convidou...Eu convido!
Aceitei.
Esse jeito de falar e fazer as coisas eram bem típicos do temperamento de Capitu, menina decidida. Personalidade forte para uma menina de apenas 14 anos. Estava sempre à frente de seu tempo.
Fomos para o centro da boate, na pista de dança, entre dois ou três casais que dançavam a música lenta tocada pelo DJ. Fui me aproximando cautelosamente dela, peguei-a levemente em torno da cintura. Ela entrelaçou seus braços em meus ombros e recostou sua cabeça no meu peito.
Eu balançava de um lado para outro o mais devagar que podia, na expectativa de que a música demorasse a terminar. Fiz carinho em seu rosto, e em seu cabelo, que por sinal, estava mais lindo do que nunca.
Ficamos assim por um bom tempo. Tempo que para mim, não foi o suficiente. Ficaria daquele jeito pelo resto da minha vida, se pudesse.
O medo de a música terminar e nós nos separarmos novamente era terrível. Esse medo me dominava.
A vontade era de ir até o DJ e pedir para ele repetir a música quando acabasse, e voltar novamente para os braços de Capitu. Naquela hora, minha cabeça estava meio aérea, mesmo lúcida, sabendo que alguma hora aquele momento especial terminaria. Meu corpo, involuntariamente, queria mais e mais.
Já, no final da música, Capitu e eu aproximamos mais nossas cabeças e tocamos nossos lábios com um suave beijo.
Não sei se a sensação dela foi tão incrível quanto a minha, mas o que eu senti naquela hora foi indescritível, uma sensação nunca sentida por mim antes.
                                                          Texto de Júlia Mânica 8a A


Capitu  virou-se de costas, olhando para a grama. Peguei suas mãos e disse que eu lhe acompanharia em tudo e em qualquer coisa, mas percebi que isso não a encorajava. Ela tinha traumas de altura por causa da mãe, e isso dificultava ainda mais as coisas. Disse a ela para segurar minha mão.
- Capitu, confie em mim, será muito legal. Vamos nos divertir muito!
- Eu até que confio em você Bentinho, mas que será legal e que vamos nos divertir ainda tenho dúvidas.
Ela sentou em um dos bancos do parque. Tentei convencê-la por mais alguns instantes, mas realmente não estava dando certo. O que eu mais queria é que ela se virasse de repente e dissesse que me acompanharia em tudo, em qualquer coisa, em qualquer lugar! Então, do nada, ela se virou (mas, infelizmente, não pelo motivo desejado) e disse:
- Olha Bentinho, se você quer mesmo que eu vá nesse brinquedo idiota com você (o “brinquedo idiota” era uma montanha russa), vai ter que me fazer um favor primeiro...
- O que você quer Capitu?
- Compre para mim um pacote de pipoca doce e um suco de laranja!
- Ok. Volto em um minuto.
Capitu balançou a cabeça, concordando. Enquanto eu caminhava até o carrinho da pipoca, pensava na definição de José Dias para seus olhos, “... de cigana oblíqua e dissimulada...”; eu já definia de outra maneira: olhos de ressaca.
Quando voltei, ela sentou-se de frente pra mim e disse “Oba, já era hora!”.
Ela comeu algumas pipocas e depois se deitou na grama com a cabeça no meu colo. Eu disse a ela para levantar e terminar a pipoca, mas ela não me obedeceu. Continuou me encarando com aqueles belos e misteriosos olhos de cabeça para baixo... Fomos aproximando-nos... Mais perto... Um pouco mais e... Pimba! Nos beijamos!
Capitu, então, saiu do meu colo e sentou em um cantinho, parecendo envergonhada; eu queria abraçá-la, confortá-la, mas não pude, não consegui me aproximar, não consegui nem mesmo falar alguma coisa. Eu estava confuso, perturbado, maravilhado, meio tonto, e, até mesmo, um pouco assustado. Contudo, não posso negar, foi uma sensação incrível, única, indescritível!
                                        Texto de Natália Signor 8a A



Finalmente consegui convidá-la para ir ao cinema. Nós éramos melhores amigos, praticamente criados juntos. Acho que ela sabia que eu não queria apenas amizade, até porque ela também queria o mesmo que eu.
Enfim, andamos pelo shopping esperando o horário do filme. Nenhum dos dois
demonstrava nada, além da amizade. Eu nem sequer segurava a mão dela, mas olhava-a nos olhos, achava-os tão lindos; eles diziam tanta coisa. Mas, na minha cabeça, algo diferente se passava. Eu pensava em como pediria para ficar com ela, como fazer isso, que reações
teria, afinal, eu nunca tinha beijado nenhuma menina antes. Nós nos considerávamos irmãos, mas agora eu não a queria  como minha maninha, como nos chamávamos.
Então, estávamos no cinema, o filme começara e eu estava criando coragem para demonstrar algo para ela.
Passei meu braço por cima dos ombros dela e então ela deitou a cabeça no meu.
Ficamos assim por um longo tempo, ela me olhando e eu olhando para ela. Até
que ela abriu os lábios, e eu também abri os meus... Foi incrível.  Eu nem precisei pedir,só aconteceu.
Todos os meus amigos já tinham beijado, muitos deles tinham beijado por beijar, outros beijaram para “tirar” o BVL. Eu me sentia diferente, eu me importava com o momento,com quem seria o meu primeiro beijo. E eu consegui que ele fosse perfeito e inesquecível.
O filme acabou e eu ainda não acreditava no que tinha acontecido. Meu
primeiro beijo o primeiro dela também. Eu estava muito feliz e via nos olhos dela uma felicidade parecida com a minha. Ainda sem fala, abracei-a e saímos da sala.
Terminei esse dia  pedindo-a em namoro. E ela aceitou. Mais felicidade em seus
olhos.
               Texto de Carolina Riter 8a B



Capitu me convidou para ir ao cinema. Achei que seria uma
oportunidade única de estar ao lado da guria que eu amava.  Aceitei o
convite. Capitu escolheu uma comédia romântica para assistirmos. O filme
era perfeito para aquele momento inesquecível.
Sentamos um ao lado do outro naquela sala de cinema vazia em plena
segunda-feira. O cheiro dela me encantava, a forma que ela assistia aquele
filme me deixava louco, tudo nela era perfeito. Deixava a minha
mão “escorregar” na mão dela (quase sem quer), tudo para poder sentir aquela
pele tão macia.
Queria que aquele filme durasse para sempre, mas sabia que não iria.
No final da sessão, Capitu me olhou emocionada, seus olhos estavam cheios
de lágrimas, parecia que estava pedindo que eu a socorresse. Olhei firme
para seus olhos e pensei em ser seu “herói”. Mas aquele momento acabou, 
não tive coragem de socorrê-la.
Depois voltamos para casa em silêncio. Estava louco para dar um
beijo nela. Enquanto caminhávamos, pensava em dizer várias coisas para
Capitu: que a amava... não tive coragem, aquelas palavras não saiam da
minha boca.
Chegamos em casa, e eu ainda não tinha conseguido declarar o meu
amor por ela. Ao abrir a porta, pensei: é agora!  Dei um beijo nela, não
queria parar, mas parei. Esse beijo foi perfeito, ainda mais porque sabia que
ninguém tinha visto, não havia ninguém em casa.

Texto de Vitória Póvoas 8a B



Eu caminhava rumo à casa de Capitu, pois precisava vê-la antes de qualquer outra coisa. Era como se vê-la fosse afastar todos os meus medos. A vontade de encontrá-la era tão grande que resolvi cortar caminho pelo parque.
Era um dia quente e ensolarado. O parque estava cheio. Crianças
brincavam vigiadas pelos olhos cautelosos de seus pais. Só
conseguia pensar em Capitu.
O vento balançava as folhas das árvores e eu lembrava dos cabelos de Capitu.O riso das crianças também era possibilidade de encontro com ela. Seu riso me acordava e podia ouvir sua voz me chamando. Absorto em meus pensamentos, ouvi que alguém me chamava:
-Bentinho! Bentinho! Cuidado! - disse a voz. Era Capitu na bicicleta. Por descuido, ela acabou caindo,tentando desviar de mim.
Eu ajudei-a.
Eu me sentia um completo idiota. Capitu estava toda machucada por minha causa e eu não sabia o que fazer.

Então eu a peguei no colo, com toda delicadeza,como se ela fosse se desmanchar em meus braços.Pela primeira vez ela estava vulnerável e não podia fugir.

- Não Bentinho! Eu consigo...- disse ela com relutância.

Ela finalmente cedeu,então eu pude carregá-la,protegê-la.

-José Dias já falou com a tua mãe, perguntou Capitu.

-Acho que não. Ele quer ver se a minha mãe já se decidiu.

Andamos mais um pouco e chegamos na casa de Capitu. Confesso que foram os melhores momentos que já havia passado com Capitu.

- Desculpa novamente Capitu. Depois eu passo lá no parque e trago a tua bicicleta de volta.

- Tudo bem..mas fala com José Dias, hein?

Então, eu tentei deixá-la em sua casa, mas ela não me soltou e me fitou

com aqueles olhos “de cigana oblíqua e dissimulada”, como dizia José Dias.

Aconteceu. Ela me beijou com aqueles lábios que pronunciavam as palavras mais sábias que uma garota da sua idade poderia dizer. Nesse momento,nada mais importava,estava tudo perfeito. Era como se todo o prazer e felicidade do mundo estivessem naquela sensação.

Ela logo desgrudou seus lábios dos meus, pois sua mãe havia chegado do supermercado.

Depois, a mãe me cumprimentou e ajudou a filha. Ela não parecia muito surpresa pelo machucado,afinal Capitu era travessa.

Caminhava de volta para casa, sem a menor pressa. Já tinha a certeza do nosso amor.
            Texto de Laura Cabeda 8ªA





26 de mar. de 2011

O Mistério da Aranhas Verdes invade as sextas séries

 As sextas séries  contaram a obra O Mistério das Aranhas Verdes através de palavras e imagens. As imagens abaixo ilustram um pouco desse momento lindo de literatura!

12 de mar. de 2011

Bentinho beija Capitu pela primeira vez

Fragmentos do livro Dom Casmurro - adaptação de Hildebrando A. de André

Capítulo O PENTEADO

Capitu virou de costas para mim, voltando-se para o espelho. Peguei seus cabelos e comecei alisá-los com o pente, mas não estava dando certo. Era um pouquinho mais alta que eu, e isso atrapalhava. Pedi que sentasse.
    -Sente-se, é mais fácil.
    -Vamos ver o grande cabeleireiro - riu novamente.
Sentou-se. Continuei a alisar seus cabelos, com todo o cuidado, e o dividi para compor as duas tranças. Fiz isso bem devagar, saboreando cada um dos fios, que eram parte dela. Cometi besteiras, algumas vezes sem querer, outras querendo, para que o trabalho ficassse ainda mais lento. Meus dedos roçavam em sua nuca, ou em seus ombros. No entanto, por mais que eu quisesse que aquilo durasse para sempre, os cabelos foram acabando. Enfim, terminei. Ainda juntei as duas tranças com um laço, como se fazia na época, dei uns ajustes, apertando aqui, puxando ali, até que exclamei:
    -Pronto!
    -Ficou bom?
    -Veja no espelho.
Mas ela não olhou. Continuava de costas para mim e curvou a cabeça para trás. Inclinou-se tanto que fui obrigado a segurá-la, antes que caísse de costas. Pedi que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o pescoço. Mas ela não se moveu.
    -Levante a cabeça, Capitu!
Não me obedeceu, e ficamos assim, olhando um para o outro, por alguns momentos. Até que ela abriu os lábios, e eu também abri os meus...
Foi uma sensação incrível, fiquei tonto, sem fala e, porque não dizer, meio assustado. Meus olhos ficaram nublados, e, quando quando consegui ver de novo, percebi que Capitu estava de cabeça baixa. Não fui capaz de falar nada. Queria dizer-lhe essas palavras de carinho e afeto típicas dos namorados, mas não pude.


3 de mar. de 2011

O Mistério das Aranhas Verdes encanta Luísa Trindade







O Mistério das Aranhas verdes, de Carlos Heitor Cony   e Anna Lee é um livro que comove muita gente, assim como me comoveu. É uma história de muitos mistérios. E, os mistérios só acontecem, a partir do momento em que Flavinho se machuca. 










Quando comecei a lê-lo, pensei e decidi que iria ler apenas o primeiro capítulo. Bom, acabei lendo até a página sessenta e três. Consegui ter uma noção de como o livro era bom. Pois é, eu adorei o livro e recomendo a leitura para todos.


Texto de Luísa Trindade, aluna da sexta série A.

1 de mar. de 2011

Dorme, Moacyr Scliar porque as palavras já te cobrem

                 Sempre pensei que escritores não morressem. Apenas, que, em certo momento, escolhessem viver entre as estrelas.
       Moacyr Scliar partiu. Contam as fadas que já está entre os amigos. Passa os dias a escrever e a contar histórias. 
           Como dizia Cora Coralina: "Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos".     Continuaremos por aqui, semeando um mundo de flores e de sentido.