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30 de dez. de 2010

A palavra penetra em nós

A Cura de Schopenhauer

 Quando a palavra escrita arrepia,  geme e penetra na pele feito sangue a correr nas veias, acontece a sintonia entre o que cria e entre aquele que lê a criação. Foi o que senti ao terminar a leitura do texto “A cura de Schopenhauer”, de  Irvin D. Yalom.
Julius Hertfeld, psiquiatra renomado e defensor da terapia em grupo, vê-se diante da difícil tarefa: enfrentar a morte, companheira fiel desde que descobre estar com câncer terminal.
       Retomando sua carreira como psicoterapeuta, decide procurar um antigo paciente (seu maior fracasso como terapeuta), Philip Slate, viciado em sexo e que se diz curado seguindo os ensinamentos de Schopenhauer e o  convida a participar da sua terapia em grupo.
     É o desfile de conflitos vivenciados por pacientes do grupo de Julius e as discussões filosóficas deste grupo que acompanharemos durante a leitura desse texto fantástico.
     Não desejo falar sobre o enredo do livro, mas sim, sobre o que a leitura de um bom texto é capaz de nos provocar. Tudo foi desejo durante a leitura: a descoberta de Schopenhauer, a busca durante a leitura de informações a respeito desse grande filósofo citado no texto, o suspiro pela palavra que rebentava, o silêncio para escutar os pontos, as vírgulas...
     Durante a  leitura, tudo se fez saudade. O tempo do adormecer, distância necessária do texto, provocou vazio, desejo e sobretudo expectativa por aquilo que viria. Quando a manhã chegava, anunciada pelos primeiros raios, a palavra gritava para acordar leitor que ainda dormia. Então, nada mais era silêncio. A palavra exibia-se e enchia os parágrafos, estruturas e frases de questionamentos, dúvidas, perguntas. Quanto mais avançávamos, mais a busca acontecia. Quando mais nos aproximávamos do texto, mas desejávamos que ele não fosse fim, e enfim, fosse começo. Foi assim desde o princípio. “E o verbo se fez”. Agora, o texto já é distância/presença, pois a palavra já não é mais nossa, mas sim de quem a lerá. Já é presença porque a palavra já é carne a juntar-se aos ossos. Se a palavra alimenta, nutre e nos faz desejosos dela é porque, de fato, necessitamos de sua presença. Então, que a palavra seja nossa eterna companheira e seja possibilidade de passeios pelos mais diversos cantos do nosso eu. VIVA A LEITURA! VIVA A PALAVRA!!!


11 de dez. de 2010

Encontros com a leitura   

 “Quantidade e qualidade coexistem, pois, na literatura infantil atual, na qual a produção massiva compete com sucesso no mercado de bens culturais e a emergência de autores criativos e críticos garante a excelência de alguns textos. A situação é tranqüila para o leitor, que precisa se salvar do bombardeio das obras massificadoras para chegar ao bom texto.” Vera Teixeira de Aguiar
                                                                
     Como afirma a professora doutora Vera Teixeira de Aguiar, a produção da literatura infantil atual, já garante a excelência de alguns textos.
     A idéia de que os livros infantis são muitas vezes simplistas, já  começa a desaparecer, quando vemos uma safra de bons autores nacionais. Antigamente, as histórias infantis estavam carregadas de preconceitos. O bom sempre vencia o mau, toda a menina era doce, as pessoas eram boas ou totalmente más. Os livros inculavam com eficácia conceitos machistas – “homem não chora” – ou preconceitos de qualquer natureza.
     Regina Zilberman e Marisa Lajolo comentam em seu livro Um Brasil para crianças que a literatura infantil apresenta novas tendências em função da nova noção de infância. Hoje, a criança que se apresenta é uma criança inquieta, crítica, participante. Já não aceita com tanta facilidade os livros que são escritos para ela. As crianças de hoje buscam no livro mais do que infantibilidade. Ela admite que os heróis do texto sejam crianças, mas não aceita ser  tratada de forma imbecilizada. A criança percebe no texto quando a pintura que dão a ele é artificial e desgosta dele. Mostrar à criança a felicidade acompanhada fielmente da virtude, e o infortúnio, do vício, é dar a idéia inexata da vida e preparar-lhe futuras amargas decepções.
     A infância é criadora de harmonias e de belezas, quer nos cantos e nas rodas, quer nos brinquedos, no desenho, nos trabalhos manuais, na dramatização. Tudo isto nos adverte da necessidade de, na literatura infantil, dar à criança alimento substancioso à imaginação e de acordo com a sua sede de beleza e harmonia.
     Mas enquanto as crianças pedirem este alimento, parece-nos que nós grandes, não devemos ter escrúpulos em concedê-lo, deixando-as naquele mundo de ilusões tão agradavelmente mágicas e reais ao mesmo tempo, que constituirão para elas, quando se tornarem grandes, assim como os brinquedos abandonados e as carícias maternas – o fundo delicioso da infância.   



Depois da leitura do livro  O rapaz que não era de Liverpool, de Caio Riter, os alunos conversam com o escritor


26 de nov. de 2010

Caio Riter fala para o Leituras e Possibilidades

 1- O que tu mais gostas de ler hoje?

Olha, sou meio de fases. Gosto de ler de tudo um pouco, apenas não me agradam muito textos humorísticos. Mas, atualmente, ando meio atraído por textos de fantasia, tipo: Crônicas de Nárnia, A bússola de ouro, Coração  de tinta.  

 2-O que significa escrever para ti? Como se dá o teu processo criativo?

Escrever sempre tem um tanto de festa, de prazer. Gosto de viajar na imaginação e ficar criando conflitos pros meus personagens. Meu processo é meio rotineiro: penso um tema, sempre calcado em algum aspecto da vida real. Fico orbitando em torno desse tema, imaginando o protagonista e as relações que ele estabelece em sua vida. Aí  faço um esquema. Depois, busco responder a pergunta mais importante pra mim quando vou contar uma história: como contar?

3-  Tu querias ser um escritor desde criança? como é que surgiu a vocação?          

O desejo de virar escritor ocorreu, creio, na adolescência. Ele surgiu do tanto que eu me envolvia com os livros, com a leitura. Certa vez me perguntei se eu seria capaz de escrever livros que fizessem com outras pessoas o que os que eu lia faziam comigo: mergulhar num tempo tão bom, tão fora do tempo, que vai nos fazendo aprender a viver através das experiências de outros.

4-  Um escritor é responsável pela sua época? Deve registrá-la?

Creio que todo o autor, de certa forma, mais ou menos consciente disso, reflete o seu tempo, mas mais que seu tempo na verdade o escritor apresenta sua visão sobre o tempo vivido. Há sempre um ser humano por detrás das palavras.

5-  O que tu gostavas de ler na infância?          

Lia de tudo. Frequentava as bibliotecas, descobria um escritor e passava a ler tudo o que havia dele na biblioteca. Eu nunca tive alguém que me dissesse:  Olha, presta atenção nesse livro, nesse autor. Eu mesmo fui criando meus caminhos de leitura, entre acertos, e, claro, alguns equívocos.

6-  Em que sentido podemos dizer que Leitura é possibilidade?  

Leitura sempre é possibilidade de encontro com o outro, de encontro conosco mesmo, de ampliar horizontes e olhares sobre o mundo, de conhecer realidades diversas, de sonho, de fantasia, de tornar-se ser crítico, enfim, são infinitas as possibilidades que um livro nos oferece a cada vez que abrimos suas páginas




14 de nov. de 2010

O Rapaz que não era de Liverpool, de Caio Riter, é espaço de possibilidades

A leitura é, certamente, o melhor passaporte porque abre caminhos




   A leitura do mês de novembro é  do autor Caio Riter: O Rapaz que não era de Liverpool. 
   Marcelo, personagem principal do texto,   descobre que é adotado.  Essa descoberta do menino e a caminhada do personagem para compreender a adoção é processo que acompanharemos durante toda a narrativa. Entre memórias, trechos de canções dos Beatles, gosto herdado de seu pai,  o personagem transitará pelas suas dores/amores.

2 de out. de 2010

Remís, professora de História, fala-nos sobre a obra Tristão e Isolda e propõe trabalho aos alunos das sextas séries


O clássico TRISTÃO  e  ISOLDA é motivo de encontro entre as disciplinas de História e Língua Portuguesa

TRISTÃO E ISOLDA

Embora muitos acreditem que a Idade Média tenha sido um período de “trevas”, o século XII existiu para desfazer esta imagem equivocada. Neste período, todos os segmentos sofreram um grande avanço, sendo que a maior beneficiada com este progresso foi a cultura, e a literatura está incluída neste rol, representada pelo amor cortês , que é o elemento mais encontrado nas  obras escritas desta época.  
O  romance de Tristão e Isolda , baseando-se nos fragmentos originais encontrados de Bérould  e Thomas, procurou  manter-se o mais fiel possível a estes originais. Partindo da leitura desta reconstituição, percebemos a forte influência que tal literatura repercutiu na sociedade da época. Transformando seus costumes, principalmente no que diz respeito ao tratamento das mulheres, por parte dos cavaleiros, e dos homens em geral.
A Idade Média, Idade Medieval, Era Medieval ou Medievo foi o período intermédio numa divisão esquemática da História da Europa, convencionada pelos historiadores, em quatro "eras", a saber: a Idade Antiga, a Idade Média, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea.
O período da Idade Média foi tradicionalmente delimitado com ênfase em eventos políticos: iniciado com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (em 476 d. C.), e terminado com o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (em 1453 d.C.).
A Era Medieval pode também ser subdividida em períodos menores. Em uma classificação mais popular, é separada em dois períodos:
1. Alta Idade Média, que decorre do século V ao X;
2. Baixa Idade Média, que se estende do século XI ao XV.
O romance de Tristão e Isolda – versão escrita por Béroul, na França, no século XII – teve a sua origem na lenda celta do século IX, dos jovens que, de tanto amor, morreram de tanto amar. Novecentos anos depois de ser escrito, este texto ainda encanta críticos literários, historiadores e antropólogos.
Um ponto de relevância no estudo de Tristão e Isolda é a presença de elementos da cultura celta que aparecem em todo o texto, principalmente no que se refere a personagem Isolda, dos cabelos dourados, princesa celta que é dada em casamento ao Rei Marcos da Cornualha e que vive uma intensa paixão com Tristão, sobrinho do rei e melhor cavaleiro do reino.
Inicialmente, a história dos dois jovens era cantada e acompanhada pelo alaúde, gaita de foles, cítola, cornamusa e tamboril. A “balada” de Tristão e Isolda era apresentada por músicos e cantores nas festas das cortes e era também cantada nas feiras e praças dos mercados e, assim todo o povo – dos reis aos mendigos - , ouviam as suas aventuras e desventuras.
Esses cantores além da sua função de entreter os nobres e o povo em geral, eram os responsáveis por difundir a produção artística das oficinas de Leonor d'Aquitânia e de tantos outros reis que patrocinavam as artes como forma de promoverem o seu nome e seu governo.
Os aspectos culturais presentes nas baladas e canções produzidas nessas Oficinas difundiam e, ao mesmo tempo, mantinham vivos muitos elementos de culturas que já estavam totalmente cristianizadas, mas que permaneciam vivos e difundidos na literatura medieval.
Todos esses elementos culturais foram preservados na literatura e são fundamentais para a compreensão do funcionamento de muitas sociedades. No caso específico, da sociedade medieval, onde é ambientada a narrativa de Tristão e Isolda.
Isolda, dos cabelos dourados, é uma princesa que vive nas terras da Irlanda, mais precisamente em Weisefort, leste do país. Ela é filha de reis. Como sua mãe, rainha da Irlanda,  é curandeira, conhecedora das artes da cura, da manipulação de remédios eficazes para todos os males.

1SANTOS, Graziela Skonieczny.Tristão e Isolda - O Amor Cortês. http://www.galeon.com/chronos   
2 COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Mundo. vol I. Saraiva. 1994. 
3 Leonor d'Aquitânia, rainha de França foi a patrocinadora de uma das mais fecundas e criativas oficinas literárias da Idade Média Central na França (séculos XI a XIII), onde a lenda dos jovens que tanto amor, morreram de tanto amar, foi escrita com graça e beleza e ganhou fama em todas as cortes da Europa. 4CAMPOS, Luciana de. Uma leitura de Tristão e Isolda à luz da crítica feminina. UNESP. publicado na revista Brathair n. 2, 2001. www.brathair.cjb.net 

1. Apresente um mapa político da Europa ( desenhado ou xerocado) e destaque os seguintes territórios: a) Irlanda, b) Cornualha e  c) Tintagel.

2. Preencha o quadro com o que se pede:
Personagens

Momentos fundamentais

Espaço
Tempo

Elementos mágico-simbólicos

O segredo de amor destina-se a salvar a intimidade dos amantes de intromissões estranhas, assegurar a sobrevivência do sentimento e  protegê-los, inclusive usando, se necessário, da arma da mentira ( mentir e mentira, negar, não dizer a verdade). Esta forma de amor, honra e traição dentro da nobreza possui versões em diversas línguas. No início, a história de Tristão e Isolda não tinha relação alguma com a do Rei Artur. Porém, a partir do século XIII, este conto passa a se confundir com a literatura arturiana.
3. Quem foi Rei Artur? Onde ficava seu reino? Identifique no texto algum momento onde pode ser  encontrado o que o texto acima faz referência.

4. Caracterize os personagens e relacione suas qualidades:
Tristão

Isolda


 5. “Naquele dia, completavam-se os três anos que deveria durar o efeito do filtro que os dois haviam tomado. Era novamente verão e noite de São João. [...] A partir de agora só nós que devemos decidir sobre os rumos de nossas vidas.” (Telma Andrade, p.47) Qual foi a decisão tomada pelo casal?

6. Tristão e Isolda viviam em constantes "provações e emboscadas" e era através delas que o Rei Marcos passou a desconfiar da lealdade dois. O que era o ordálio? Em que momento esta prova aparece no texto?

7. A religião tem lugar de destaque, demonstrando a crença e o misticismo da época. Algumas vezes o cristianismo é mencionado. No texto encontramos três personagens de nome Isolda. São três mulheres de caráter bastante diferentes, mas com o mesmo objetivo: o "amor verdadeiro". Caracterize-as e relacione-as com os aspectos religiosos e místicos.

8. Na sociedade medieval a fidelidade era muito valorizada: os vassalos tinham dedicação absoluta ao seu senhor. Na sua percepção da leitura, Tristão conseguiu ser fiel ao seu Rei?





25 de set. de 2010

Verbo: possibilidade para construção de jogos

              Verbo como possibilidade de construção de novos conhecimentos

Durante todo o trimestre, em Língua Portuguesa, os alunos estudaram a teoria do uso dos VERBOS. No final do semestre, foram desafiados a criar jogos, a fim de sistematizar o conhecimento.


Jogos

Jogos

Jogos
Alunos jogando

Alunos jogando

Alunos jogando

17 de set. de 2010

Reinações:Confraria da Leitura

 Convite - Reinações: Confraria da Leitura



PRÓXIMO ENCONTRO
O olho de vidro do meu avô 
de Bartolomeu Campos de Queirós 

Em Porto Alegre 
Coordenação de Marisa Steffen
21/09, às 19h 
Letras & Cia 
Av. Osvaldo Aranha, 444 

Em Caxias do Sul 
Coordenação de MaquiamSilveira 
21/09, às 19h30min 
Arco da Velha Livraria e Café 
Av. Os 18 do Forte, 1690 

No Rio de Janeiro 
Coordenação de GeorginaMartins 
21/09, às 19h
Biblioteca Popular Municipal Machado de Assis 
Rua Farani 53, Botafogo

11 de set. de 2010

Tristão e Isolda: história de um amor impossível

As disciplinas de Língua Portuguesa e História são possibilidades para desvendar o texto Tristão e Isolda


Histórias de Tristão e do Rei Marcos já eram conhecidas desde o século VII. No entanto, somente no século XII é que surge o romance (na forma de várias versões escritas), baseadas num hipotético texto original do qual jamais encontramos qualquer rastro.
A obra Tristão e Isolda é originária de uma tradição oral popular. Várias são as versões desse texto. As mais conhecidas são de Roman de Tristan, do normando Bérol, que data de 1170 et  Tristan de Thomas D' Angleterre,  datada de 1175.
A adaptação escolhida para a leitura do Tristão e Isolda é da Telma Guimarães Castro Andrade. A leitura do texto será possibilidade de encontro entre as disciplinas de História e Língua portuguesa. As disciplinas realizarão atividades conjuntas, a fim de que o texto seja motivo de estudo e reflexão.

Alunos assistindo ao filme Tristão e Isolda
Alunos debatem o texto Tristão e Isolda

Trailer do Filme Tristão e Isolda 

2 de set. de 2010

Precisamos Falar sobre Kevin, de Lionel Shriver é a minha dica de leitura

"A expressão de Kevin era tranquila. Ainda exibia uns restos de determinação, mas esta já deslizava para a empáfia arrogante e serena de um trabalho bem feito. Os olhos dele estavam estranhamente desanuviados – imperturbados, quase pachorrentos – e, reconheci a transparência daquela manhã (…) Aquele era o filho estranho, o menino que largara o disfarce vulgar e evasivo do quer dizer e do eu acho e o trocara pelo porte de chumbo e pela lucidez do homem que tem uma missão” página 443.

Antes de completar 16 anos, o adolescente Kevin Khatchadourian comete uma chacina no ginásio de seu colégio, nos subúrbios de Nova York. Kevin usando uma balestra, dispara flechas contra sete colegas seus, uma professora e um funcionário da cantina, matando e ferindo sem um explicação plausível. Eva, a mãe de Kevin,  na tentativa de entender-se e de buscar respostas para o que aconteceu, escreve cartas para seu marido ausente, onde relata sua incapacidade como mãe de aceitar um filho que rejeitou antes mesmo de seu nascimento.


Impossível calar depois da leitura de “Precisamos falar sobre Kevin”. Primeiro, o silêncio, a sensação de cansaço, de dor, de perda. Depois, a sensação de raiva, de incompreensão. E, por último, a certeza de que é possível recomeçar!!!  Com uma riqueza de detalhes e uma excelente argumentação, Lionel Shriver, através de Eva, nos leva a percorrer uma estrada, cujos caminhos também são possibilidades para a descobertas de outros territórios, de outras moradas. Com uma linguagem-lâmina que corta, cinge e fere, Eva nos tira do chão/porão e nos remete a outras moradas antes não percorridas. Durante a leitura tudo é trajeto, estrada sem fim. Quanto mais percorremos Eva, mais nos afastamos dela, quanto mais encontramos Kevin, mais fugimos dele, de nós, tantos nós… Precisamos falar de Kevin dói, destrói e em certos momentos corrói, feito pedra que não aceita a flor-dor! Entretanto, a leitura faz-se útero para receber a palavra que não quer calar, que só quer dizer. E assim que encontra o leitor, a palavra sufoca-o, desloca-o. Então, tudo é silêncio! A respiração torna-se agitada, o coração delimita seu ritmo/íntimo. Chegar ao fim, estrada sem fim, é escolha, partida, recomeço! Encontrar respostas para tanto, tudo; é mundo… Que façamos a escolha mais possível!!!
              

29 de ago. de 2010

Professores das sextas séries desfilam suas leituras

Professores falam de suas leituras para o Leituras e Possibilidades


Entrevista com a  Professora Maria Teresa  
O que estás lendo?
Cinderela Chinesa, de Adeline Yen Mah
O que mais chamou atenção no texto? Por quê?
A naturalidade como o autor coloca peculiaridades da história da China Antiga, bem como, fala das rejeições de uma filha pela própria família, o que me tocou profundamente, pois vivemos num mundo em que as rejeições imperam em muitos lares. Ao mesmo tempo, o livro mostra como a coragem e a perseverança podem ser dois grandes aliados quando estamos frente a um problema.

Entrevista com a professora Angela
O que estás lendo?
Livro: A casa, de André Vianco
O que chamou mais atenção? Por quê?
O  que mais me chamou a  atenção nos textos de André foi o fato do autor tematizar em suas obras as cidades brasileiras.

Entrevista com a Professora Remís 
O que  estás lendo?
Tristão e Isolda – adaptação de Telma Guimarães Castro de Andrade
O que mais chamou atenção no texto? Por quê?
Um romance no período medieval. Mostra as relações sociais e de poder. Permite compreender um período histórico rico no imaginário. Estou relendo o original para depois ler a adaptação para trabalhar com os alunos da 6 série do CBC.

Entrevista com a professora Aline Tonin Carvalho
O que estás lendo?
Estou lendo o livro Trem-Bala, de Martha Medeiros.
O que mais chamou atenção no texto?
Sempre gostei de ler as crônicas da Martha, pois são leituras rápidas e abordam assuntos diversos. Me encanto  como a autora escreve. Como leitora, frequentemente, me identifico com as histórias e situações abordadas por ela. Além disso, independentemente do período em que são escritas, as crônicas são atuais, fazendo-nos refletir sobre relacionamentos, sociedade, política, etc. Recomendo a leitura.

Entrevista com a professora Ana Beatriz 
O que estás lendo?
Os Tambores Silenciosos, de Josué Guimarães.
O que mais te chamou atenção no livro? Por Quê?
O que mais me chamou atenção foi o fato de que, apesar da história se passar em outra época (1936), muitas das situações vividas na fictícia cidade de Lagoa Branca, do interior do Rio Grande do Sul, poderiam perfeitamente ocorrer nos dias atuais em qualquer cidade brasileira porque as situações sociais e políticas, em sua essência, permanecem iguais.

Entrevista com a professora Cristina 
O que  estás lendo?
Livro: O Livreiro De Cabul, de Asne Seierstad
O que mais chamou a atenção no texto? Por quê?
A forma apresentada pela autora para mostrar a rotina, a pobreza e as limitações impostas às mulheres e aos jovens do país, fazendo  uma reflexão sobre o radicalismo, sobre  as contradições do Afeganistão e sobre o resto do mundo.

Entrevista com a professora Luciana
O que estás lendo?
Estou lendo Comer, rezar, amar, de Elizabeth Gilbert
O que mais  chamou atenção no texto? Por quê?
Ainda estou lendo e acredito que o melhor ainda está por vir. O interessante é que o texto fala sobre a viagem de uma mulher em crise, que decide conhecer Itália, Índia e a Indonésia. O texto é dividido em três capítulos, um para cada país. Já li a primeira parte (Itália) e amei. A Itália foi relacionada ao prazer de comer. É incrível ler sobre tudo o que ela come, a descrição de alguns pratos e a sensação que provocam. Chega a dar água na boca. Pra mim, o bom texto é sempre aquele que  provoca algo. E esse livro faz bem esse papel.

Entrevista com a professora Bernadete
O que  estás lendo?
O Inconsciente sem fronteiras, de Renate Jost de Moraes
O que mais chamou atenção no texto?
É um livro que apresenta para o público leitor, experiências vividas com os pacientes em uma clínica de acompanhamento psicológico.

Entrevista com a professora Lúcia 
O que você está lendo?
Livro: O Amanhecer, de Stephenie Meyer
O que mais chamou atenção no texto? Por quê?
Comecei a ler por curiosidade, pois estão falando muito sobre essa autora. Uma adaptação para cinema já foi feito sobre a obra em questão. Como os jovens estão muito ligados nesse assunto, resolvi, então, ler para ter o que conversar com os alunos. o texto é uma narrativa sobre as emoções afetivas e dificuldades de optar por uma mudança de vida, ou seja: a protagonista terá de optar por continuar a ser humana ou se deixar transformar pelo amado vampiro. sentimentos vividos pelos jovens, dúvidas muito bem colocadas pela autora prendem a atenção do leitor.

Entrevista com o professor Eduardo
O que estás lendo?
Estou lendo A Auto-Estrada, de Stephen King – escrevendo com Richard Bachman
O que mais chamou atenção no texto? Por quê?
O que mais me atrai nesse livro e de outros do S. King é o suspense psicológico e eletrizante que envolve o personagem principal. A angústia e a raiva que vão se acumulando perante um mundo doentio que invade sua privacidade e suas memórias. Vale a pena dar uma conferida.

23 de ago. de 2010

Claudio Levitan fala para o Leituras e Possibilidades

a) O que tu mais gostas de ler hoje?
Parece uma coisa óbvia, mas gosto de ler bons livros. O assunto nem sempre é muito importante, mas a maneira como são escritos, como que a história é contada. Tenho lido literatura infantil e infanto-juvenil e outros que me recomendam ou que encontro nos momentos mais estranhos da vida. Li,  recentemente, esses 3 livros que gostei muito: A HORA DA ESTRELA, de Clarisse Lispector, VINTE E QUATRO HORAS NA VIDA DE UMA MULHER, de Stefan Zweig e A INVENÇÃO DE HUGO CABRET, de Brian Selznick.

b) O que significa escrever para ti?
Difícil essa pergunta. Acho que significa reviver, reconstruir memórias, guardar de uma maneira nova e mais divertida coisas que aconteceram.
c) Tu querias ser um escritor desde criança? como é que surgiu a vocação?
Sim, desde muito pequeno. Teve uma época na minha vida, acho que eu tinha uns 10 ou 12 anos, que eu queria ser muito escritor, escrevi muitas histórias de ficção e alguns relatos sobre coisas que aconteceram comigo, mas depois deixei de lado. Achava que não eram bem escritas. Mas não parei de escrever, até que um dia resolvi estudar e entrei numa oficina de contos. A partir de então, escrever passou a ser uma coisa que me acalma e me instiga.


d) Um escritor é responsável pela sua época? Deve registrá-la?
Não me acho responsável por escrever sobre a minha época. Sinto necessidade de escrever sobre o que eu vivo, idéias que me ocupam a cabeça, como se escrever me ajudasse a não me esquecer. Acho que por isso escrevo sobre meu tempo sem me dar conta disso!


e) O que tu gostavas de ler na infância?
Aventura. Gostava de Julio Verne, Monteiro Lobato, Walt Disney, que adaptava tudo que era história infantil de várias épocas para o tempo da minha infância  e juventude. Gostava também de ler sobre mitologia grega, sobre astronomia e a conquista do espaço. Acho que um bom livro faz a gente gostar do seu assunto!